sexta-feira, 25 de julho de 2008

Na Margem do Rio Piedra... Eu me Sentei e Chorei.


Ah, quem dera eu pudesse arrancar o coração do meu peito e atira-lo na correnteza, e então não haveria mais dor, nem saudade, nem lembranças. Ás margens do rio Piedra eu me sentei e chorei. O frio do inverno fez com que eu sentisse as lágrimas em meu rosto, e elas se misturaram com as aguas geladas que correm diante de mim. Em algum lugar este rio se junta com outro, depois com outro, até que - distante dos meus olhos e do meu coração - todas estas águas se misturam com o mar. Que as minhas lágrimas corram assim para bem longe, para que meu amor nunca saiba que um dia chorei por ele. Que minhas lágrimas corram para bem longe, e então eu esquecerei do rio Piedra, do mosteiro, da igreja nos Pirineus, da bruma, dos caminhos que percorremos juntos. Eu esquecerei as estradas, as montanhas, e os campos de meus sonhos - sonhos que eram meus, e que eu não conhecia.


Linda estória, Paulo Coelho.

5 comentários:

Dois Rios disse...

Se pudéssemos arrancar o coração do peito, certamente nos livraríamos da dor, porém atirá-lo na correntaza junto às lembranças das alegrias partilhadas seria o mesmo que não te-las vivido.Ter o que recordar vale todas as penas.

Beijo,

Pelos caminhos da vida. disse...

Recordar é viver...


beijooo.

Dih disse...

Quem nunca sofreu por amor...
FDS

suugar disse...

Ele me lembra "quem nunca quis morrer não sabe o que é morrer"
não lembro de quem é. Manuel BAndeira
acho

Heduardo Kiesse disse...

E a vida segue sem recuar. Beijos em ti