sexta-feira, 4 de julho de 2008

Gosto da Infância.


Esses dias ao conversar com um anjo...
Ela disse que chorou porque sentiu minha falta.
Foi a um lugar onde eu sempre frequentava e tinha certeza da minha volta.
No começo ela não quis olhar para seu coração não disparar.
Mas com um simples desvio me viu lá.
Meu ex- figurino pendurado na arara do camarim, estava o nome do meu personagem escrito de marfim.
Tentando não se abater fingiu não ver.
Andando mais um pouco estava o nome que escolheu, com uma estrela desenhada em cima do papel agradeceu e disse que foi o presente que Deus lhe deu.
Hoje fui a uma apresentação; ginásio cheio, crianças eufóricas, pessoas arrumando o som, fotos por todos os lados registrando rostos perdidos multidão.
Foi tudo tão simples, mas lindo, como eu gosto; a satisfação nos olhares, a alegria de estar lá, fazendo algo, mostrando ser útil a sociedade, colaborando para um amanhã melhor.
Fomos em duas prestigiar, demorou um pouco mas valeu a pena esperar.
Fiz questão de ir, para perceberem que ao lado delas vou sempre estar e juntas iremos caminhar.
Eu sei como é dificil quando você espera o grande dia da sua apresentação, e conta com a presença da pessoa que você tanto ama, espera que ela esteja lá para te olhar, eleva os olhos para platéia ou arquibancada e percebe que não tem ninguém para acenar.
Nesse momento o mundo para, dá um aperto no peito, uma angústia, mas mesmo assim você volta á procurar, imaginando que no meio de tantas pessoas é dificil encontrar. Só assim tem a certeza de que realmente a pessoa não está; vê seus amigos e colegas trocando abraços e beijos e você fica só a desejar, vai embora mais cedo, pois não tem mais o que fazer lá.
O ginásio esvazia, tudo acabou, é hora de tirar a poeira que restou, volta para casa com um simples papel debaixo do braço que não tem valor, talvez tivesse se a pessoa que você tanto esperou e se inspirou o entregasse e te desse aquele abraço apertado e um belo parabéns.
No meio do caminho encontra a falsidade em forma de gente que vem com aquele discurso pronto:
- Estava bonita á formatura?
- Uhum...
- Pena que não deu pra eu ir, mas você está linda(o).
- Agradeçe a gentileza e lembra da frase que seu pai sempre diz, de boas intenções o inferno está cheio.
Volta para casa mostra para seus familiares, guarda numa pasta ou deixa pendurado num quadro, passa alguns anos você pega aquele diploma ou certificado e lembra de quem esteve lá para prestigiar, acha que sua memória está falhando pois não consegue lembrar.
È aí que um anjo sopra no seu ouvido dizendo:
- Lembro desse dia eu estava lá, no cantinho escondida e envergonhada você não pode me notar, mãe é para essas coisas né filha; gerar um ser e nunca abandonar, saiba que ao seu lado eu sempre vou estar, da porta do quarto ela abre os braços e você corre se deliciar, pensa que muitas vezes você acha que está só, mas não está; a pessoa que você tanto ama até em sonhos vem te visitar.



3 comentários:

Pelos caminhos da vida. disse...

Texto maravilhoso, vindo de vc não poderia esperar o contrário.


beijooo.

Boa Noite Cinderela disse...

Elogio de sogra não vale, hehe

Obrigada.

Dih disse...

Fiquei impressionado com sua forma literaria de escrever...
É sempre bom relembrar a nossa infância, do amor fraterno da familia, da inocência criadora, MESMO que a ausencia se fez notar, mas qual belo é vc poder tirar da lembrança a presença e da presença o amor.
Tcheadorei por aqui.
BFS