quinta-feira, 29 de maio de 2008

O brinquedo da menina

Roda na ciranda
Brinca com areia em bacia de umbanda
Com meia roupa preparada pra se sujar
Os pés descalços e a cabeça encurvada escondem seu olhar

Tem mar, bacia e areia para menina brincar
Criança sem oportunidade precisa de mais o que para se alegrar?
No olhar escondido imagino que um castelo queira criar
Esse é o sonho de toda criança quando se depara com areia do mar

Talvez o castelo dela seja diferente do nosso, quando tinhamos brinquedo lego para montar
Imagino que no castelo da menina seus pais iriam reinar, educando de uma maneira simples e honesta para uma vida digna lhe proporcionar.

Para seu irmão mais novo escolheria uma bacia menor para com ele poder brincar
Já pro mais velho torceria pra peixes pegar e a barriga vazia confortar
A mãe teria uma vida de rainha; poderia sentar na mesa sem se preocupar, de tirar o feijão do prato dela para o filho mais novo alimentar.
O pai como um rei. Seria os dias de reinado mais felizes da vida dele e de toda familia, sairia de casa para trabalhar e no final do dia o patrão lhe pagaria a quantia justa que merece sem o sabotar.

Não receberia á miséria que está acostumado a aceitar, que só um milagre pode fazer o dinheiro se multiplicar
Esse castelo de areia deve estar na cabeça da criança, e é dificil até dela começar
Quando começa a querer brincar está na hora de acordar
Para marmita do pai levar
Provavelmente essa noite ele não vem jantar, trabalhando dobrado para seus amores sustentar.


*Repensar nossas atitudes é um bom começo!





Um comentário:

Anônimo disse...

Um soneto para a nossa esperança.
Mas é sério, a verdade dói.